O secretário de Saúde de Cabo Frio, Marcio Mureb, participou na manhã desta segunda-feira (20), na condição de testemunha, da última oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), formada pela Câmara de Vereadores, que investiga as mortes de nascituros no Hospital da Mulher.
O secretário respondeu os questionamentos feitos pelos parlamentares, entre eles sobre a entrega dos prontuários solicitados pelas pacientes.
Mureb alegou que a Secretaria de Saúde está em processo de informatização para que todos os pacientes tenham seus prontuários à disposição assim que tiverem alta, eliminando as fichas cadastrais e prontuários feitos à mão.
“Estamos na fase 2 da informatização de todas as unidades de saúde. Começamos com a saúde básica e agora vamos avançar para as unidades de saúde do município. A fase 3 será tornar viável o prontuário eletrônico para disponibilização imediata e também acompanhamento da paciente. Sabemos da importância de termos um histórico qual medicamento ele tomou, quais exames foram realizados, dentre outras informações que fazem toda a diferença no atendimento”, disse Mureb.
Durante a oitiva, o secretário explicou também sobre o novo protocolo de atendimento adotado pela nova administração do hospital, que trabalha para detectar a real situação da paciente. Ao ser questionado sobre a demora das licitações, o secretário explicou que existe um trâmite legal e que por isso é demorado, mas que está trabalhando para que haja um avanço nesse quesito.
“Estamos com algumas licitações em andamento para sanar os problemas não só no Hospital da Mulher, mas em todas as nossas unidades. Lembrando que todas as licitações são amplamente divulgadas no Diário Oficial da União, no Diário Oficial do Estado e em um jornal de grande circulação”.
Segundo a comissão parlamentar, o próximo passo da CPI será a elaboração do relatório final, que deve ser concluído até o fim deste mês.
O Hospital da Mulher permanece parcialmente interditado, desde sexta-feira (17), pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).
A unidade está atendendo apenas as 11 pacientes internadas, que já estavam sendo assistidas antes da interdição, além dos casos de emergência, para que não configure omissão de socorro.
Até o momento, todas as adequações estão sendo feitas, entre elas a entrega da documentação solicitada pelo órgão. As gestantes estão sendo orientadas a procurar maternidades em cidades vizinhas até que essa situação seja resolvida.
Ainda na sexta, a Secretaria descredenciou a Unidade Intermediária (UI Neonatal), que já não funcionava há aproximadamente seis anos, e era um dos apontamentos do órgão.
“O funcionamento da UI necessita de médicos especializados, mas é inviável a contratação devido à situação financeira do município que não possibilita, nesse momento, o pagamento de salário compatíveis com a função.”
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