Região dos Lagos apresenta desenvolvimento moderado, segundo Índice da Firjan

Estudo aponta evolução em Saúde e Emprego & Renda, mas revela desigualdades entre os municípios da região

A nova edição do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), mostra que as cidades da Região dos Lagos apresentam, em geral, um nível de desenvolvimento moderado, com base nos dados de 2023. O levantamento considera indicadores de Educação, Saúde e Emprego & Renda, com pontuações que variam de 0 a 1 — quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento.

No cenário estadual, a Região dos Lagos e a Baixada Litorânea registraram o terceiro maior IFDM do estado do Rio de Janeiro, com média de 0,6434, desempenho 3,4% acima da média fluminense (0,6224). Em Emprego & Renda, o índice foi o mais alto da região: 0,7049, 6,6% acima da média estadual. O indicador Saúde também ficou acima da média, com 0,6304. Já na Educação, a região teve desempenho ligeiramente inferior ao do estado, com 0,5949 (1,2% abaixo da média).

A seguir, o desempenho das principais cidades da Região dos Lagos, listadas no ranking estadual:

MunicípioIFDM GeralEducaçãoSaúdeEmprego & Renda
Armação de Búzios0,71010,54490,69080,8947
Araruama0,66060,58050,69810,7033
Cabo Frio0,64970,54420,63830,7666
Arraial do Cabo0,64140,61170,59590,7167
Iguaba Grande0,61250,67910,66640,4921
São Pedro da Aldeia0,57920,51900,56140,6571

Entre os municípios avaliados, Búzios é o grande destaque, subindo da 24ª para a 12ª posição no ranking estadual, refletindo uma evolução significativa em todas as áreas analisadas. A cidade registrou 0,5449 no IFDM Educação, 0,6908 em Saúde e 0,8947 em Emprego & Renda, esta última com a terceira maior pontuação do estado. Cabo Frio segue logo atrás, destacando-se pela forte performance em Emprego & Renda (0,7666) e um desempenho acima da média em Saúde.

Araruama também apresentou um bom desempenho, com destaque para a boa performance em Saúde (0,6981), embora com leve queda na Educação. Arraial do Cabo se destaca em Educação, com pontuação de 0,6117, mas ainda enfrenta desafios em Saúde. Iguaba Grande, apesar de ter a melhor nota em Educação (0,6791), apresenta um desempenho mais fraco em Emprego & Renda, o que impacta sua média geral. São Pedro da Aldeia, por sua vez, foi o único município da Região dos Lagos a registrar desenvolvimento baixo, com IFDM Geral de 0,5792.

O IFDM é composto por três indicadores principais:

Educação: analisa creches, formação de professores, tempo integral, abandono escolar e resultados no Ideb.

Saúde: considera cobertura vacinal, pré-natal, gravidez na adolescência, internações evitáveis e presença de médicos.

Emprego & Renda: mede geração de empregos formais, diversidade econômica, participação dos salários no PIB e taxa de pobreza.

Leitura do IFDM

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) é uma ferramenta que avalia o nível de desenvolvimento socioeconômico dos municípios brasileiros, levando em consideração três dimensões essenciais: Educação, Saúde e Emprego & Renda. Cada uma dessas vertentes é pontuada de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento do município. O IFDM é dividido em quatro categorias:

  • Desenvolvimento Crítico (0 a 0,4)
  • Desenvolvimento Baixo (0,4 a 0,6)
  • Desenvolvimento Moderado (0,6 a 0,8)
  • Desenvolvimento Alto (0,8 a 1,0)

A pontuação final de cada cidade é uma média das notas obtidas em cada uma dessas áreas. No caso da Região dos Lagos, a maioria das cidades apresentou desenvolvimento moderado, o que indica que, embora tenham avançado, ainda existem desafios a serem superados, principalmente na área da educação.

O estudo permite comparar o desenvolvimento entre os municípios e ao longo do tempo, servindo como um indicador importante para a formulação de políticas públicas e estratégias de melhoria nas diversas áreas de gestão pública.

Para o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, os dados mostram a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes. “É inadmissível que ainda hoje a gente tenha um Brasil tão desigual. Muitas cidades continuam sem médicos suficientes ou com altíssima dependência do emprego público”, afirma.

A análise completa, com rankings detalhados e comparação com anos anteriores, está disponível no site da Firjan.