Nem só de comícios, caminhadas e fake news tem vivido a campanha eleitoral para prefeito de Cabo Frio. A busca acirrada por votos na eleição suplementar tem contado com o reforço de personalidades da política estadual e nacional nas últimas semanas.
Nesta quinta (21), Adriano Moreno, da Rede Sustentabilidade, recebeu a visita da pré-candidata à Presidência da República, Marina Silva, em um clube do Centro. Marina discursou e pediu votos para o Adriano.
Mas a ex-ministra e ex-senadora não é o único medalhão a meter a colher na disputa cabo-friense. O candidato Rafael Peçanha (PDT) também recebeu o apoio de um presidenciável, Ciro Gomes, que gravou um vídeo pedindo votos para o pedetista. O deputado federal Alessandro Molon fez o mesmo e ainda por cima esteve em Cabo Frio para um evento.
O PSOL é outra legenda que tem apostado em nomes conhecidos para alavancar a candidatura de Leandro Cunha. O partido tem trazidos seus nomes de peso para a cidade com o objetivo de fortalecer a base. O deputado estadual Marcelo Freixo esteve na cidade na semana passada, assim como o deputado federal Glauber Braga. O pré-candidato ao governo do estado, Tarcísio Motta, que é vereador no Rio, também já gravou um depoimento pró-Leandro.
Para o cientista político e professor do curso de Comunicação da Universidade Veiga de Almeida, Guilherme Carvalhido, a estratégia é interessante para os dois lados: o do candidato a prefeito e para a liderança de fora.
– É uma coisa de mão dupla. Primeiro, porque é uma oportunidade dos partidos e de seus pré-candidatos aparecerem, porque está fora do período eleitoral para presidência e governo do Estado. Como tem um eleição fora do período convencional, esses candidatos acabam aparecendo e cada oportunidade de aparecer é muito positiva. Aqui na cidade, os candidatos precisam recorrer a pessoas mais conhecidas para associar às suas imagens. Por isso, tem essa dupla função – comenta Carvalhido.
Os demais candidatos – Carlão (PHS), Cristiane Fernandes (PSDB) e Marquinho Mendes (MDB) – não se utilizaram do expediente. No primeiro caso, pelo fato do partido não ter grandes nomes nos cenários estadual e nacional. Com relação aos outros dois partidos, suas principais lideranças enfrentam grande desgaste por causa de escândalos de corrupção.
No ninho tucano, o senador Aécio Neves, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-prefeito de São Paulo, João Dória, enfrentam momento de grande impopularidade. Para piorar, Cristiane Fernandes, ainda está em litígio com o partido, que não quis dar o registro de sua candidatura, que acabou indeferida em segunda instância. A situação do MDB de Marquinho é ainda pior. Os principais caciques do partido, como ex-governador Sérgio Cabral e os ex-deputados Paulo Melo e Jorge Picciani, estão presos, acusados de corrupção. Já o atual governador Pezão, também citado na Operação Lava Jato, amarga altos índices de rejeição.
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