Polícia Civil prende quadrilha de estelionatários que atuava em Cabo Frio

Policiais civis da 126ª DP (Cabo Frio), prenderam em flagrantes dois homens e uma mulher que faziam parte de uma quadrilha de estelionatários, especializada em aplicar o conhecido “golpe do bilhete premiado”, em todo o Brasil, principalmente no trecho entre Londrina-PR e Cabo Frio- RJ.

De acordo com o titular da unidade, delegado Marcello Maia, os criminosos são originários do Estado do Paraná e atuavam em Cabo Frio, desde a última segunda-feira (12), quando aplicaram o golpe em uma idosa. Segundo a polícia, há outras três investigações em que os estelionatários foram reconhecidos por outras vítimas. O Setor de Inteligência agora realiza pesquisa em toda a região para encontrar mais pessoas lesadas pelo grupo criminoso.

Existem relatos de que este mesmo grupo já atuou em 2017 e no início de 2018, na Região dos Lagos, inclusive drogando as vítimas, oferecendo garrafas d’água com alguma medicação para reduzir a capacidade cognitiva de seus alvos. Em seguida rumavam até a casa da vítima e também até às agências bancárias para consumar o golpe e conseguir mais dinheiro e até jóias.

No caso em que acabaram presos, não satisfeitos em subtrair mais de R$ 76 mil da vítima na última segunda feira (12), marcaram novo encontro para dar prosseguimento à empreitada criminosa e tentar arrecadar mais dinheiro. A vítima desconfiou e pediu auxílio policial, que esperou o momento certo para capturar o grupo.

Os policiais civis da 126 DP encontraram o veículo utilizado nos golpes com o grupo na Rua da vítima e os prenderam em flagrante por estelionato e organização criminosa. Ao serem interrogados os três confessaram os crimes. Agentes também atuam no estudo e análise dos documentos e depósitos bancários arrecadados.

Deve-se mencionar que os presos levavam vida de luxo, alugando mansão em Itaúna, Saquarema, à beira mar e ficavam em hotéis renomados, alimentando-se em restaurantes requintados, quando comemoravam o êxito.

Importante destacar que o grupo criminoso pratica esse tipo de crime desde 2008, possuindo maus antecedentes e condenações em outros Estados.

Entenda o golpe

A quadrilha tinha funções bem definidas. O líder do grupo, identificada como Wilson Casturnino Ramos, organizava o trabalho de seus colaboradores. Wilson planejava e coordenava toda a atuação, conduzindo os demais integrantes em seu veículo e realizando operações bancárias posteriores para ocultar e dissolver o dinheiro subtraído em várias contas, partilhando logo depois os valores conseguidos entre os criminosos.

Por sua vez, outro falsário preso, Miguel dos Santos simula ser um sortudo vencedor da loteria, apresentando seu bilhete premiado às vítimas, mencionando não possuir documentos, nem conta bancária, passando-se por analfabeto. No momento em que ele aborda o alvo escolhido e se apresenta, passando todos os detalhes, surge Graciane Dias Gomes Gonçalves, como se fosse uma pessoa comum que passava pelo local. Miguel, então, simula pedir ajuda.

Graciane finge ser correntista da Caixa Econômica Federal, e ao simular ligação ao gerente de sua conta, confirma para a vítima que realmente o número do bilhete é o premiado, passando um alto valor do prêmio. Ela, então, instiga a vítima a resgatar o prêmio, pagando, ou transferindo para conta bancária fornecida, os valores pedidos por Miguel, para ter o bilhete em suas mãos.

Wilson dissolvia o dinheiro arrecadado das vítimas em várias contas pelo Brasil, sendo certo que cada integrante recebia a quantia de R$ 9.750 por golpe concluído. A 126 DP agora trabalha para identificar os demais integrantes da organização criminosa, que seriam de São Paulo, e as contas bancárias com consequente bloqueio dos valores visando ao ressarcimento das vítimas.

A vítima é levada a transferir ou sacar dinheiro para os integrantes da quadrilha como forma de garantia de que não iria dar um golpe no falso matuto ganhador da loteria.