Repórter da Inter TV é atacado durante cobertura de desaparecimento em Cabo Frio

Em meio a cobertura do desaparecimento de um jovem na Lagoa de Araruama, em Cabo Frio, o repórter João Vítor Brum, da Inter TV, afiliada da TV Globo, foi alvo de violência. O caso aconteceu nesta segunda-feira (15). Além de ser agredido, o jornalista teve seu celular jogado na lagoa.

Um jovem de 18 anos desapareceu após mergulhar na região do Parque Dormitório das Garças, na Lagoa de Araruama, na altura de Cabo Frio. Sendo assim, João Vítor Brum dirigiu-se ao local onde estavam os familiares do jovem. O objetivo foi gravar entrevistas e registrar o trabalho dos bombeiros.

Contudo, um suposto amigo do jovem agrediu Brum e danificou seu equipamento, lançando-o na lagoa. O repórter ainda tentou usar seu tripé como barreira, mas a agressão persistiu.

A Inter TV emitiu uma nota de repúdio, expressando indignação com a situação. Rolf Danziger, diretor de jornalismo da emissora ressaltou que João Vítor Brum estava desempenhando seu papel como jornalista, informando e registrando os fatos, com a concordância dos familiares do jovem desaparecido.

“A agressão a um repórter não é apenas um ataque ao indivíduo, mas um atentado à liberdade de expressão e ao papel vital da imprensa em uma sociedade democrática”, afirmou Danziger. A Inter TV informou que tomará todas as providências legais cabíveis para responsabilizar o agressor pelos seus atos.

Repórter tratou do assunto nas redes sociais

Em comentários nas redes sociais, João Vítor Brum agradeceu a colegas, amigos e familiares pelas mensagens de apoio. “Estou bem! Tomando as medidas necessárias para que nossa profissão não siga sofrendo tantas agressões, não apenas físicas. O foco sempre no jornalismo e que assim continue”, declarou o repórter.

Além disso, João manifestou seu respeito à família do jovem, “que não teve nada a ver com essa situação e foi, do início do fim, extremamente educada e receptiva comigo, mesmo em um momento tão difícil para eles”. O repórter passou por atendimento médico na noite desta segunda para conseguir fazer o registro de ocorrência na 126ª Delegacia Policial, em Cabo Frio.

Violência contra jornalistas no país

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) faz, desde 2019, o monitoramento de ataques contra jornalistas no Brasil. De lá para cá, os números registrados pelo projeto só aumentaram.

Entre o primeiro e o último ano completo do monitoramento (2022), houve um aumento de 28% no total de ataques. Após registrar 130 casos em 2019, 367 em 2020 e 453 em 2021, o monitoramento encontrou 557 episódios de violação da liberdade de imprensa no país em 2022.