O trecho urbano da RJ-140 em São Pedro da Aldeia possui diversas passarelas em pontos de grande movimento. Nos locais é comum a presença de pessoas que se arriscam e atravessam por baixo ou a poucos metros da passagem. Mesmo que perigosa, a situação é bastante frequente em pontos como o do Mercado do Peixe e do pronto-socorro municipal.

Mariane Siqueira, de 21 anos, comenta que não é adepta a altura e que passar por baixo é mais rápido.

“Mesmo com a passarela eu passo por baixo por ser mais rápido e não me identificar com alturas. Mas de alguns anos pra cá tenho usado mais. Temos que levar em consideração que algumas passarelas não estão em boas condições, não sei se fazem manutenção e fiscalizam a estrutura, o maior receio é de a passarela despencar”, disse.

Já estudante Myllena Cutis, de 19 anos, conta sobre que usa a passarela durante o dia, mas não passa durante a noite por falta de iluminação. “Eu sempre uso a passarela durante o dia, mas à noite não porque é muito perigoso por ser escuro. Já escutei pessoas que foram assaltadas passando por lá nesse período”, disse.

“O ato de passar por debaixo de uma passarela é errado, mas, sistematicamente, o sujeito percebe que muitas pessoas rompem essa lei de trânsito e nada acontece com elas, e isso faz com que as pessoas rompam e normalizem esse erro”, explicou a professora de Psicologia Social, Ligia Cláudia.

Outro fator determinante, segundo a psicóloga, é a sensação de ganho ao burlar a regra. “Sempre vamos tentar minimizar as nossas perdas e maximizar o nosso ganho. Eu não vou perceber o risco envolvido se precisar chegar rápido até o outro lado da rua, mas vou ficar com preguiça de passar toda a passarela e vou minimizar o risco envolvido nesse tipo de comportamento”, afirmou.

Apesar dos muitos maus exemplos, também há aqueles que não abrem mão de usar as passagens. “Eu sou uma pessoa muito enjoada com essas questões de atravessar e andar na rua. Eu sempre passo na passarela, porque ela está ali pra ser usada. Algumas pessoas reclamam, exigem da Prefeitura e quando tem a passarela não usam. Mas uma coisa que eu acho que deveria acrescentar é na estrutura é na iluminação, porque algumas são bem escuras, e aí alguém mal intencionado pode se esconder ali e cometer um assalto, fazer uma maldade”, disse a moradora Ana Luiza.

O Código de Trânsito Brasileiro, no Artigo 254, destaca que é proibido ao pedestre andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou subterrânea, com risco de multa. Em casos de acidente próximo às passarelas, a indenização da vítima pode ser suspensa ou reduzida.

As reclamações feitas pelas moradoras foram repassadas ao Departamento de Estradas e Rodagem (DER). A equipe do Fonte Certa aguarda um posicionamento do órgão.

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