Foram afastados na noite desta terça-feira (2) o diretor geral do Hospital da Mulher de Cabo Frio, Paul Dreyer, e a diretora administrativa, Livia Natividade. O afastamento ocorreu após eles prestarem depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembléia Legislativa (Alerj) para investigar as 16 mortes de bebês e nascituros desde o início do ano na unidade de saúde.
Durante a reunião na Alerj, a presidente da CPI, deputada estadual Renata Souza (PSOL), questionou a gestão de Lívia e Paul, que chamou de “familiar”, já que eles são casados.
“A gestão familiar do hospital, com o casal amigo íntimo do prefeito cria, no mínimo, conflitos de interesses. A mulher do prefeito também trabalha no hospital. Vamos convidá-la para prestar depoimento após a oitava com o Secretário Municipal de Saúde de Cabo Frio, que ocorrerá no próximo dia 9”, afirmou a presidente da CPI.
Durante a oitiva, o casal foi questionado sobre os óbitos dos 16 bebês, as condições de atendimento às gestantes, a falta de estrutura do hospital, o trabalho e a carga horária dos funcionário, a falta de acesso aos prontuários e as licitações vigentes no hospital. Os questionamentos vieram à tona também durante a diligência feita pela deputada nesta segunda-feira (1º) no hospital. Estes pontos foram destacados pelas vítimas ouvidas anteriormente pela CPI.
As investigações da CPI continuam por mais 90 dias, podendo ser prorrogadas por mais 60 dias. Na próxima terça-feira, às 10h, o secretário municipal de Saúde de Cabo Frio, Marcio Mureb, será ouvido pela comissão.