Moda, ancestralidade e resistência: Museu do Sal recebe exposição do Ateliê Fiderioman a partir desta sexta (3)

Mostra reúne cerca de 100 peças que celebram a cultura afro-brasileira e indígena dos terreiros

Mostra reúne cerca de 100 peças que celebram a cultura afro-brasileira e indígena dos terreiros. Foto: Ateliê Fiderioman

A exposição “Ateliê Fiderioman: as cores, formas e estilos da moda afro e indígena dos terreiros” retorna a São Pedro da Aldeia, no Museu Regional do Sal Manoel Maria de Mattos, a partir desta sexta-feira (3). A nova edição, que será aberta às 17h30, traz a exposição de cerca de 100 peças de vestimentas, acessórios e elementos que celebram a cultura de terreiro e são confeccionadas manualmente por mulheres do Ilê Asé Iya Oju Omi, e ficará disponível para visitação de quarta a sábado, até o dia 18 de outubro, das 09h às 17h.

Organizada pelo Ateliê Fiderioman, com curadoria de Joseane Carvalho e da produtora Raio de Sol | Raio de Ouro, a exposição conecta a estética afro-brasileira e indígena à memória local, especialmente a dos salineiros da Região dos Lagos. Em entrevista ao portal Fontecerta.com, a curadora explicou a proposta do evento: “A ideia surgiu da necessidade de resgatar, valorizar e compartilhar a história e cultura do povo de terreiro, conectando referências afro-brasileiras e indígenas com a tradição artesanal local.”, explica Joseane.

Com o objetivo de celebrar a importância da moda e estética de terreiro como um símbolo cultural, Joseane explica que a exposição busca principalmente “disseminar e perpetuar a história e tradição desse grupo”. Para isso, as peças expostas carregam referências ancestrais importantes:

“As peças foram escolhidas com amor, cuidado e significado, considerando seu valor simbólico e histórico. Elas remetem à cultura afro-brasileira e dos povos originários, e trazem elementos como búzios, tecidos africanos, grafismos indígenas, penas naturais e artificiais, códigos religiosos e vestimentas tradicionais como a baiana – que é símbolo de resistência, perpetuação cultural e respeito às mulheres mais velhas. ”, detalha Joseane.

A composição garante à mostra um caráter cultural e educativo, que, ainda de acordo com a curadora, será evidenciado na abertura nesta sexta (3). Além das peças, a partir das 17h30, o público poderá participar de roda de conversa com o Ilê Asé Iya Oju Omi e das rodas de capoeira com os membros dos  grupos Ventos dos Quilombos, comandado pelo mestre Tempestade, e Capoeira Império, liderado pelo mestre Camélia.

Exposição acessível

Segundo Joseane, o Museu do Sal foi escolhido pelo caráter acolhedor e acessível. “O espaço atende às necessidades de acessibilidade, acolhendo todo tipo de público e proporcionando um ambiente adequado para a fruição da exposição”, pontua.

A acessibilidade é um ponto importante para Joseane, que afirma que a mostra amplia o diálogo sobre a importância da preservação cultural e o combate ao racismo religioso. “A exposição é importante pela representatividade, ocupação de espaço e preservação cultural, e oferece um trabalho socioeducativo que combate o racismo religioso. Permite que o público conheça a história do povo de terreiro e sua conexão com afro-brasileiros e povos originários, além de fortalecer a identidade cultural local.” finalizou.

O Museu Regional do Sal está localizado na RJ-106, no bairro Flexeira, em São Pedro da Aldeia.

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