O governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, foi indiciadopela Polícia Federal (PF) pelos crimes de corrupção passiva e peculato. As acusações estão ligadas a Operação Catarata, que, desde 2019, apura fraudes na Fundação Leão XIII. Nesta terça-feira (30), o relatório final da investigação foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Agora, a corte aguarda a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode optar por apresentar denúncia, solicitar mais diligências ou arquivar o caso.
As alegações contra Castro envolvem o desvio de aproximadamente R$ 400 mil entre 2017 e 2019. No decorrer do processo de investigação da Operação Catarata, os depoimentos do delator Marcus Vinícius de Azevedo, ex-assessor de Cláudio Castro na Câmara do Rio, relataram que os supostos repasses de propina ao político ocorreram quando ele ocupou os cargos de vereador e de vice-governador.
Segundo a PF, as irregularidades estavam ligadas a execução dos projetos sociais Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel, e o irmão do governador do estado, Vinícius Sarciá, também teria participado das fraudes.
Vinícius foi colocado entre os suspeitos após R$ 128 mil e US$ 7,5 mil em dinheiro vivo serem encontrados pela PF em sua casa, em 20 de dezembro do ano passado. Na ocasião, também foram apreendidas anotações e planilhas com nomes, valores e porcentagens.
No relatório final da operação, a PF cita que um grupo criminoso “penetrou nos setores públicos assistenciais sociais” do estado, e afirma que as ações geraram indevidas vantagens econômicas e políticas, ocasionadas pelo direcionamento da execução dos projetos.
A defesa de Cláudio Castro, representada pelo advogado Carlo Luchione, declarou que não teve acesso ao relatório final e buscará esclarecimentos junto à PGR. Em pronunciamentos anteriores, as irregularidades foram negadas pelo advogado do governador, que classificou as informações da operação como “infundadas, velhas e requentadas” e questionou, ainda, a validade dos depoimentos de um réu confesso envolvido no caso.
