Um grupo de ativistas do Movimento de Mulheres Olga Benário ocupou, sem autorização, um imóvel no terreno ao lado da Casa do Bicentenário, no Centro de Cabo Frio, para criar uma “Casa de Referência da Mulher”. Apesar disso, a Prefeitura informou ao Portal Fontecerta.com que há tratativas para cessão do espaço.
A ocupação começou na madrugada de sábado (25) e se estende com serviços de manutenção do imóvel, como limpeza e roçada.
De acordo com as ativistas, “o imóvel estava vazio há anos sem cumprir função social” e passará a funcionar “como uma casa de referência para atender, acolher e organizar mulheres em situação de vulnerabilidade e vítimas de violência”.
A organização pontuou uma “falta de políticas públicas para lidar com os problemas enfrentados na Região dos Lagos, que é a segunda região que mais violenta mulheres no estado do Rio”.
Os manifestantes deram o nome de Inês Etienne Romeu à Casa de Referência. A mulher foi a única sobrevivente da Casa da Morte, um centro de tortura da época da Ditadura Militar (1964 – 1985), instalado em Petrópolis.
Ao longo desses primeiros dias de ocupação, o coletivo informou que a Guarda Municipal de Cabo Frio chegou a cercar os dois lados da ocupação, “ameaçando entrar e retirar as mulheres que estão lutando contra a violência à mulher na região”.
Nesse período, o grupo recebeu apoio de doadores, de um comércio, do diretório estudantil da UFF de Rio das Ostras e de mulheres do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).
A reportagem apurou que o imóvel, que fica na Rua Itajuru, nº. 126, estava nos planos do ex-prefeito José Bonifácio (1945 – 2023) para se transformar em biblioteca.