Um dia após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski de reconduzi-la ao cargo de prefeita de Iguaba Grande, Grasiella Magalhães tratou de fazer uma festa para comemorar com seus eleitores, aliados e correligionários. A decisão do STF interrompeu no meio a campanha para a eleição suplementar, que estava marcada para o próximo dia 28.
Em um palco montado na Praça Edila Pinheiro, na manhã deste sábado (6), Grasiella recebeu o cumprimento dos apoiadores e falou pela primeira vez com a imprensa depois que a Suprema Corte aceitou o seu recurso. O vídeo na íntegra está na página do Portal Fonte Certa no Facebook. No bate-papo, ela disse que o retorno à cadeira de prefeita é justo.
– Estou me sentindo realizada e justificada. A Justiça foi feita pela soberania dos votos. Foram mais de 7,5 mil que eu recebi e, no regime democrático, é o voto que tem que fazer com que se escolha o dirigente. Volto com vontade, mais fortalecida e com as forças renovadas para trabalhar cada vez mais para o nosso município – comentou.
Sobre o período de quatro meses em que ficou fora do cargo, Grasiella disse que foi “necessário”.
– Acho que tudo acontece na vontade de Deus. Era tudo para ter acontecido. Foi pra moldar, aprender, foi experiência pra contar e para viver. Minha saída serviu para olhar fora do quadrante as questões do município, conhecer as pessoas, saber com quem realmente posso contar. Não falo de amigos, mas de pessoas que estejam interessadas em ajudar o município. Quero ao meu lado pessoas que queiram ajudar a construir o município, não quero puxa-saco, nem gente me adulando ou batendo palma. Receber palmas ou críticas positivas é bom, mas quero gente que faça a diferença – disse Grasiella.
A “nova velha” prefeita volta ao cargo nesta segunda-feira (8) e, com isso, o prefeito interino Balliester Werneck de Praguer volta à presidência da Câmara. Jeffinho do Gás, que era um dos candidatos na eleição suplementar, volta retorna à vice-presidência do Legislativo. Grasiella afirma que não se envolveu na gestão municipal enquanto esteve fora.
– Vou me reunir com o prefeito interino para ele me passar a leitura do que está acontecendo. Nesses quatro meses, eu não interferi nem me coloquei a par das questões burocráticas. Então, o primeiro momento é para se reunir com os secretários ecom meu vice-prefeito Leandro Coutinho – informou a prefeita, que aproveitou a entrevista para fazer uma espécie de “mea culpa”, sem detalhar, contudo, do que estava falando.
– Peço desculpas pelas minhas falhas. Com certeza elas não são intencionais. Sempre busco acertar. Vou fazer mudanças reconhecendo as falhas para melhorar. Agradeço a Deus pela oportunidade de retornar ao cargo de chefe do Poder Executivo, embora nunca tenha me afastado da missão de tomar conta de Iguaba – concluiu.
Desde que foi eleita em 2016, Grasiella tem enfrentado uma batalha jurídica para se manter no cargo pois a Justiça Eleitoral entendeu que sua reeleição se configurava como perpetuação familiar no poder (ela sucedeu o sogro, Oscar Magalhães em 2012). No fim de maio este ano, o próprio ministro Ricardo Lewandowski havia anulado os efeitos da liminar que ele mesmo havia concedido em dezembro de 2016. Agora, ao novamente mudar de opinião, o ministro mantém Grasiella no cargo até que o processo tenha transitado em julgado (após o último recurso).