Cultura de São Pedro exibe episódios polêmicos de novo
Mais um episódio chama a atenção na Cultura de São Pedro da Aldeia. Quer dizer, mais uma reunião polêmica dos conselheiros ganhou destaque essa semana e o Fórum Permanente de Política Cultural (FMPC) emitiu uma Nota de Repúdio para se posicionar contra uma ameaça sofrida por uma conselheira representante da Sociedade Civil por parte de uma representante do Poder Público, que acabou também emitindo um comunicado para se desculpar pela atitude. Fato é que desde Março os conselheiros são atores de diversos episódios polêmicos e o motivo de discórdia desta vez foi a sugestão de dissolução do Conselho que tomou posse por conta de mais denúncias de irregularidades no processo. No caso, a falta de representatividade do Quilombo Caveira Botafogo. Segue a nota do FMPC:
“Em decorrência ao fato de ontem (27) na Reunião Extraordinária do Conselho Municipal de Política Cultural de São Pedro da Aldeia: Em debate sobre uma denúncia de falta de representatividade do Quilombo Caveira Botafogo, foi sugerido como proposta por 03 Conselheiros da Administração Pública e 01 Conselheira da Sociedade Civil a dissolução do Conselho e um novo processo ser refeito em Conferência.
Em manifestação, a Conselheira da Sociedade Civil (Literatura) disse que seria um “golpe” e na tentativa de deliberação, disse: – Votar para quê? Se vocês estão armados. Sugestionando que o resultado se daria da maneira que gostariam independente dos votos contrários da Sociedade Civil. Neste momento, a Conselheira de Assistência Social levanta e parte em direção a Conselheira exigindo respeito, com frases ameaçadoras e teve que ser contida por outros Conselheiros para não chegar às vias de fato. O Fórum Municipal de Política Cultural de São Pedro da Aldeia vem manifestar o seu repúdio a qualquer tipo de agressão tanto verbal quanto física e prestar a solidariedade a sociedade civil, em especial, a Conselheira de Literatura que se manteve sentada em choque com o ocorrido”.
Segundo fontes, as reuniões têm sido marcadas por discussões acaloradas desde que os conselheiros tomaram posse, com intervenção até da Guarda Municipal. Para se ter uma ideia do clima, uma ouvinte de sociedade caiu da cadeira em uma outra reunião e guardas municipais e policiais teriam entrado com cassetetes achando se tratar de uma confusão.
É preciso que haja um entendimento urgente entre as partes envolvidas no Conselho de Cultura, representantes da sociedade civil e da administração pública. Aconteceram diversas falhas da eleição até agora? Vão resolver como? Cultura subtende-se diálogo e o que está acontecendo em São Pedro é grave pois arte não combina em nada com tanta confusão e, cá pra nós, o motivo sempre acaba sendo o mesmo: representantes da sociedade civil lutam pra ter voz pois, além de tudo, estão em minoria. Quem são as pessoas que irão se vestir de razão e não emoção para acabar com essa novela? Como maioria, os representantes da administração pública deveriam se vestir da responsabilidade social que exercem. O tempo urge e, enquanto isso, diversas oportunidades de espalhar a rica cultura aldeense por aí vai se perdendo. Espera-se dos representantes sabedoria para as próximas cenas.
A máquina pública nas eleições
Entra ano, sai ano, e a cada eleição, municipal, estadual ou federal, assistimos ao uso da máquina pública para eleger ou reeleger políticos. É como se fosse uma tradição maldita enraizada na cultura brasileira que vitima milhares de pessoas: as que acreditam e votam e as que vêm recursos públicos sendo tirados de áreas como saúde e educação para serem empregados em propaganda, contratação de pessoas em troca de voto, obras eleitoreiras e por aí vai.
A velha conhecida máquina pública funciona com engrenagens que ficam à mostra e outras nem tanto. Em eleições municipais ela é mais visível, chama a atenção dos moradores de uma determinada cidade o troca troca em cargos comissionados, por exemplo, ou obras que há anos estavam no papel e milagrosamente se transformam em realidade. Mas em eleições estaduais ou federais isso fica mais distante da realidade dos munícipes. No entanto, com outras engrenagens, mas que também passam por loteamento de cargos chaves em diversas áreas do serviço público. E, claro, também com inaugurações de obras que se arrastavam.
Essa é a realidade da política brasileira e vai mentir quem diz que não é assim. Pode ser que muitos políticos não façam, mas isso não quer dizer que essa seja a prática comum. Infelizmente é e, você eleitor, precisa estar atento. Afinal, outubro é logo ali.