Na madrugada desta quinta-feira (10), por volta da 1h, o júri popular condenou Carlos José de França a 33 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato da turista argentina Florencia Aranguren, ocorrido em dezembro de 2023 em Armação dos Búzios. O julgamento, realizado no Fórum da cidade, durou mais de 15 horas.
Durante a leitura da sentença, o juiz Danilo Marques Borges, da Comarca de Búzios, classificou o crime como de motivo fútil e intencional, ressaltando a crueldade, a frieza e a ausência de qualquer motivação minimamente humana por parte do acusado. Ele afirmou que Carlos agiu com culpabilidade acentuada, extrapolando o âmbito coletivo penal incriminado, e que o crime foi premeditado, não sendo resultado de um evento acidental ou relacionado ao comportamento da vítima.
“A gente sabe que 33 anos não devolve a vida da Florencia, mas uma das coisas que a própria família falou o tempo todo é que essa pessoa nunca mais machuque ninguém”, disse Yanieska Genaro, membro do coletivo Frente Feminista de Búzios, que acompanhou o julgamento. “Num país onde não existe sentença perpétua e a pena máxima é de 30 anos, 33 acaba sendo uma sentença exemplar pro dano que ele causou. Se fez justiça, e a promotoria foi uma equipe de trabalho muito engajada, surpreendeu e conseguiu levar em frente o julgamento com dignidade para os familiares presentes.”
Carlos já foi encaminhado para o Sistema Prisional na capital para o cumprimento da pena. A defesa afirmou que irá recorrer da sentença.
Relembre o caso
Florencia Aranguren, de 31 anos, foi assassinada em 6 de dezembro de 2023, enquanto caminhava com seu cachorro pela trilha que leva à Praia de José Gonçalves, em Búzios. Ela foi atacada com facadas e pauladas, em um crime que chocou a comunidade local e teve repercussão internacional. Seu corpo foi encontrado por agentes da Guarda Municipal após uma denúncia anônima, com seu cão fiel ao lado.
Carlos José de França foi preso dias após o crime e identificado como o principal suspeito. Natural de Quipapá, Pernambuco, ele já possuía um histórico criminal significativo, incluindo uma condenação anterior a 15 anos de prisão por estupro e roubo a uma adolescente em seu estado natal. Além disso, possuía outras cinco passagens pela polícia do Rio de Janeiro.