Um grupo de 16 pinguins-de-Magalhães retornou ao mar nesta segunda-feira (6) em Arraial do Cabo, em uma ação promovida pelo Instituto Albatroz, responsável pelo Projeto de Monitoramento de Praias. Os animais haviam sido resgatados nas praias de Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo e estavam em reabilitação no Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) do instituto.
Desde julho, técnicos, biólogos, veterinários e tratadores vêm cuidando dos pinguins, muitos jovens e inexperientes que chegam às nossas praias após percorrerem centenas de quilômetros desde suas colônias reprodutivas na Patagônia Argentina em busca de alimentos. Encalhes são comuns durante o outono e o inverno, agravados pelo contato com petrechos de pesca e a poluição marinha.
A maior parte dos pinguins resgatados estava em estado crítico. Durante a recuperação, receberam terapia de aquecimento, fluidos e uma dieta especialmente formulada, o que possibilitou ganho de peso de até 60%. “Após a longa jornada, esses animais, muitas vezes jovens e inexperientes, acabam encalhando, fracos e exaustos, nas nossas praias. A interação com petrechos de pesca e a poluição marinha podem agravar a situação”, explica a médica veterinária Daphne Goldberg, responsável técnica da instituição.
Antes da soltura, os pinguins receberam microchips subcutâneos e transmissores satelitais, permitindo acompanhar seu deslocamento em tempo real e estudar padrões de migração e comportamento em grupo. Os dispositivos, leves e aplicados sobre as penas na região lombar, seguem protocolos específicos para a espécie.
O Projeto de Monitoramento de Praias acompanha diariamente 25 praias em Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo, somando 54 quilômetros de litoral. A iniciativa, exigida pelo licenciamento ambiental federal conduzido pelo Ibama, garante a proteção de espécies marinhas, incluindo pinguins, albatrozes e petréis.


