As manchas de óleo espalhadas pelas praias do nordeste do Brasil começam a causar preocupação no litoral do Rio de Janeiro. Nesta terça-feira (5), a Prefeitura de Búzios anunciou que irá participar de uma uma reunião com representantes da Petrobras e das prefeituras de Cabo Frio e de Arraial do Cabo sobre o tema. O encontro na sexta-feira (8), às 14h, na sede da Petrobras.
As últimas informações apontam que o óleo já chegou ao litoral sul da Bahia. O que ainda não está confirmado é se o óleo pode descer e alcançar as praias da Região dos Lagos. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que há uma semana começou a ajudar nos trabalhos do comitê de crise sobre o derramamento de óleo no litoral do Nordeste, existe a possibilidade de manchas chegaram à região sudeste.
Para evitar poluição das 24 praias buzianas, a prefeitura afirma estar buscando medidas preventiva. O município participou de um curso de capacitação fornecido pela Petrobras referente à prevenção de derramamento de óleo nos mares. No treinamento foram passadas técnicas de contenção e recolhimento de óleo no mar e limpeza da faixa de areia.
A ação foi decorrente de um acordo para qualificação em atendimento emergencial de vazamento de óleo nas praias da Região dos Lagos. Os municípios de Búzios, Cabo Frio e Arraial do Cabo, além do curso, deveriam ter recebido os equipamentos de contenção de vazamento no dia 26 de setembro deste ano, porém o cronograma de entrega não foi seguido.
De acordo com Secretário de Meio Ambiente, Fernando Savino, Búzios já começou a se prevenir caso o óleo chegue na região.
“Estamos traçando estratégias para a possível chegada de óleo, os pescadores estão em alerta para avisarem caso encontrem manchas no mar,” explicou o secretário.
O presidente da Associação de Pescadores de Búzios, Amarildo Chita de Sá, acredita que, apesar da distância, o produto tóxico pode chegar à costa da Região dos Lagos devido ao vento forte nordeste e as correntes marítimas voltadas para o sul.
Também devem se envolver na retirada do óleo, caso chegue, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
As manchas de origem ainda desconhecida (a suspeita é de que se trate de um navio grego abastecido na Venezuela) já atingiram 286 localidades, em nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
O óleo é tóxico e o contato com o produto pode ser prejudicial à saúde.