Os movimentos sociais no Brasil marcaram a história do país por seus embates contra governos autoritários e luta pela liberdade e democracia. Os movimentos atuais como o Movimento Negro, o Movimento LGBT, o Movimento Indígena e o Movimento de Mulheres são frutos de décadas anteriores. Um desses grupos tem ganhado destaque durante o período eleitoral de 2018: o movimento das mulheres.
Combater a violência contra a mulher, lutar por mais igualdade de gêneros, mais políticas públicas voltadas à saúde das mulheres e salários igualitários aos homens no exercício do mesmo cargo são algumas pautas exigidas pelo movimento. “Procuro um candidato que atenda não só as minhas necessidades nessa sociedade desigual e antidemocrática. Procuro um candidato que tenha projetos para um novo Brasil e principalmente para as minorias, que tenha mais oportunidades de emprego e que seja igualitário”, conta Juliana Ramos, de 19 anos, estudante e participante do Movimento de Mulheres da Região dos Lagos (MMRL).
Mas, não são só mulheres participantes do MMRL exigem dos governantes propostas relacionadas às mulheres. Juliana Souza, 24 anos, é estudante de Enfermagem da Universidade Veiga de Almeida e declara que gostaria de um presidente que tenha projetos igualitários. “Quero um presidente que faça melhorias nos transportes públicos, que invista mais em educação e automaticamente todo o resto irá melhorar, e por fim, que tenha um plano de governo voltado para nós mulheres”, disse.
Quanto ao diálogo entre políticos e movimentos sociais como o das mulheres, o professor e assessor de comunicação Wesley de Oliveira, destaca que é mais comum reuniões dos movimentos com candidatos ligados à esquerda política. “Os candidatos da esquerda têm historicamente uma semelhança muito maior com os movimentos sociais e eles tendem a escutar mais as pautas sociais, seja das mulheres ou das minorias no geral”, afirmou.
Entretanto, com as eleições se aproximando, o debate acerca das pautas sociais é inevitável, e, de acordo com o professor Wesley, a direita política começa a se preocupar em se posicionar com um discurso atrelado as minorias, no qual demonstre que não é contra elas, com objetivo de ganhar votos. Porém, antes de assumir alguma posição é feito um estudo de marketing eleitoral para analisar os ganhos e perdas que o discurso trará. “Muito mais do que efetivamente posicionamento político dele, um posicionamento naquilo que ele acredita, tem também um número que é feito para ver se é possível se eleger sem ter o apoio de determinado grupo ou se não é possível,” explica Wesley.
Matéria escrita pelas alunas Letícia Ribeiro e Larissa Lopes do curso de Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida (campus Cabo Frio), supervisionados pela professora Monica Sousa*