As mulheres ganham 24% a menos do que os homens no estado do Rio de Janeiro. Os dados constam no 1º Relatório de Transparência Salarial com recorte de gênero. A divulgação do documento ocorreu nesta segunda-feira (25) pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE). O registro contém os principais dados que as empresas com 100 ou mais funcionários devem apresentar para o Governo Federal.
No total, 4.187 empresas fluminenses responderam ao questionário. Juntas, elas somam 1,5 milhão de empregados. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens. O presidente Lula (PT) sancionou a matéria em julho de 2023.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. No Rio de Janeiro, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 27,9%.
No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho fluminense, também recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 3.313,59, a da não negra é de R$ 5.400,54. No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 4.649,70 e os não negros, R$ 6.952,91.
Outros dados do levantamento
O relatório também contém informações que indicam se as empresas têm políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres. Nesse sentido, se encontram a flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.
No caso do Rio de Janeiro, o relatório registrou que 53,8% das empresas possuem planos de cargos e salários. Além disso, 41% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 33,6% têm políticas de apoio à contratação de mulheres; e 31,4% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.
Apenas 22,4% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 25,7% incentivam o ingresso de mulheres com deficiência, e somente 4,4% têm programas específicos de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência.
Poucas empresas ainda adotam políticas como licença maternidade/paternidade estendida (20,2%) e auxílio-creche (23,8%).
Números do levantamento no país
De acordo com o 1º Relatório de Transparência Salarial, no Brasil, as mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens. No total, 49.587 empresas responderam ao questionário. Dessas, 73% têm 10 anos ou mais de existência. Juntas, elas somam quase 17,7 milhões de empregados.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 25,2%.
No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho, também recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 3.040,89, a da não negra é de R$ 4.552,45, diferença de 49,7%. Além disso, no caso dos homens, os negros recebem, em média, R$ 3.843,74 e os não negros, R$ 5.718,40, o equivalente a 48,77%.