As obras do 1º Museu de Sal do país, construído em São Pedro da Aldeia, seguem abandonadas. A construção teve início em maio de 2015 e a previsão do término já está vencida há mais de dois anos, segundo a placa informativa instalada no local. A obra foi orçada em R$ 1.135.990,09, com repasse de R$ 975.000,00 pelo governo federal. Segundo a Prefeitura, ainda não há previsão para que as intervenções sejam reiniciadas.
Em novembro de 2017, a Prefeitura informou ao Portal Fonte Certa que a empresa que ganhou a licitação e iniciou a construção desistiu da obra. Ainda de acordo com a Prefeitura, devido à desistência da empresa, o contrato para a construção do Museu do Sal foi reincidido. O contrato entrou em reprogramação junto à Caixa Econômica Federal (CEF) e o município tinha até o dia 1º de dezembro para encaminhar os documentos de exigências da Caixa Econômica. Após esse envio, a CEF tem trinta dias para aprovar ou relatar novas exigências. Havendo a aprovação, o processo licitatório, para a escolha da nova empresa, iria ser iniciado em janeiro de 2018.
Nesta terça-feira (20) a Prefeitura informou que o contrato de repasse ainda está sendo analisado pelos técnicos da Caixa Econômica Federal. Enquanto não for aprovado e autorizado pela instituição mandatária, o município não poderá iniciar os procedimentos licitatórios para a contratação de nova empresa para a conclusão da obra do Museu do Sal. Um encontro está agendado para a segunda-feira (26) na sede da Caixa, em Niterói, para a conclusão da reprogramação. A prefeitura informou também que não há como afirmar com precisão a data para que estas ações aconteçam.
O museu foi programado para ser um espaço de resgate ao patrimônio material e imaterial relativo ao trabalho nas salinas, principal atividade econômica na Região dos Lagos na década de 50.
O projeto previa a reconstrução de um casarão com duas salas de exposição, sala de administração e manutenção de acervo, copa de apoio, recepção e loja, além de cafeteria, banheiros com acessibilidade, área de lazer com bicicletários, bancos, deck de madeira e moinho, entre outros. A construção ainda iria contar com um piso para garantir a acessibilidade e uso sustentável do espaço, com captação de água da chuva e uso de energia eólica para abastecer a casa e a praça de entrada através de moinhos.
Cultura do sal
A cultura do sal teve início na região ainda no período do Império. Desde a produção artesanal até o boom industrial, por volta da década de 1920, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Araruama, construíram 109 salinas. No entanto, com a desvalorização do sal, a atividade deixou de ser lucrativa e quase a totalidade das salinas fechou as portas.