Acidentes com moto crescem em Araruama e acendem alerta para prevenção

Centro de Trauma do Hospital Estadual Roberto Chabo já atendeu mais de 500 vítimas em um ano; maioria é de jovens, moradores ou turistas

O barulho dos motores é cada vez mais comum nas ruas de Araruama — e com ele, crescem também os números de acidentes envolvendo motociclistas. Segundo dados do Centro de Trauma do Hospital Estadual Roberto Chabo, recém-inaugurado na cidade, 41% dos atendimentos do setor já foram destinados a vítimas de acidentes com motos. Em um único ano, foram 509 casos registrados.

A unidade, construída pelo governo estadual e que se tornou referência regional em traumato-ortopedia, já ultrapassou a marca de 1,2 mil pacientes, sendo 925 com algum tipo de trauma. E entre todos os meios de locomoção envolvidos, a motocicleta é a mais frequente. Em 2024, foram 438 acidentes com motos, contra 131 com carros e 80 atropelamentos. Nos dois primeiros meses de 2025, a tendência continua: 144 motociclistas atendidos, diante de 42 vítimas de acidentes com automóveis. “O número impressiona, mas reforça a importância de termos um centro especializado como esse na Região dos Lagos. A agilidade no atendimento tem salvado vidas”, comenta Mário Jorge Espinhara, diretor do hospital. Ele também destaca que a maioria dos casos envolve homens adultos, geralmente jovens, sejam moradores ou turistas.

Entre os nove municípios atendidos pela unidade, Araruama lidera com folga o número de pacientes encaminhados: foram 622 em 2024. Em seguida vêm São Pedro da Aldeia, com 81 casos, e Cabo Frio, com 71.

Centro de Trauma do Hospital Estadual Roberto Chabo

Os dados revelam também um recorte de gênero: em 2024, 662 homens e 261 mulheres passaram pelo Centro de Trauma. Em 2025, nos meses de janeiro e fevereiro, já foram 189 homens e 100 mulheres atendidos. A diferença se explica, segundo especialistas, pela maior exposição do público masculino ao trânsito em veículos de duas rodas.

As ocorrências chegam ao hospital principalmente por meio do Corpo de Bombeiros, do Samu e das ambulâncias das concessionárias de rodovias. Os profissionais de saúde seguem de prontidão, mas o alerta é para que motoristas e motociclistas redobrem a atenção nas vias.