Em um mundo de rápidas transformações, algumas tradições ainda resistem ao tempo, especialmente em pequenas cidades da Região dos Lagos. Em Iguaba Grande, o Dia de São Cosme e São Damião foi celebrado com a distribuição de doces para as crianças, mantendo viva uma tradição que atravessa gerações. O empresário Thiago Morenito, conhecido por seu envolvimento com a comunidade, celebrou a data nesta sexta-feira (27), preparando e distribuindo saquinhos de guloseimas com o apoio de sua mãe e amigos.
Desde a véspera, Thiago e sua mãe compartilharam nas redes sociais o processo de preparo dos doces, muitos dos quais foram doados por vizinhos e amigos, mostrando o espírito de colaboração que marca essa tradição. Às 10h da manhã, ele e a amiga Luiza iniciaram a distribuição na garagem de sua casa, onde crianças do bairro foram recebidas com alegria e muita euforia. “Ver a felicidade das crianças é o que me motiva. É um dia muito aguardado por todos nós”, contou Thiago, que vê o gesto como uma forma de se conectar com sua fé e resgatar sua ancestralidade, sem distinção de religião.
A tradição de distribuir doces no Dia de Cosme e Damião, comemorado em 27 de setembro, segue forte em cidades como Iguaba Grande, onde a solidariedade e a união comunitária permanecem como valores centrais. A data, além de ser uma prática comum entre católicos, também é celebrada por religiões de matriz afro-brasileira, como o Candomblé e a Umbanda, reforçando o respeito à diversidade cultural.
Em Cabo Frio, por exemplo, Maurício Silveira mantém viva essa tradição ao levar seu filho todos os anos à casa de dona Amélia Ferreira, uma moradora antiga do bairro Passagem. O jornalista refletiu sobre como as mudanças culturais e de segurança afetam essa prática, que, apesar de tudo, ainda resiste em alguns lares. “Hoje em dia por conta desse mundo louco que vivemos, não dá para aceitar doce de estranhos. Muitas das vezes a tradição vai se acabando por conta das mudanças de comportamento das pessoas”, comentou Maurício.
A celebração de São Cosme e Damião, mais do que distribuir doces, é uma demonstração de fé, generosidade e um elo com as raízes culturais e religiosas que fazem parte da identidade dessas comunidades.