Eleição suplementar em Búzios será dia 28 de abril, define TRE

Novo ocupante da chefia da Prefeitura de Búzios será decidido em eleição suplementar

Os desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ) definiram para 28 de abril a eleição suplementar em Búzios. A decisão veio durante sessão do TRE nesta terça-feira (20). A escolha popular para a chefia do Executivo vem após o afastamento do prefeito, Alexandre Martins (REP), e do vice, Miguel Pereira (PL).

Anteriormente, o prefeito em exercício, Rafael Aguiar (REP), chegou a declarar que a eleição seria em 9 de junho. No entanto, candidatos terão menos tempo para conquistar o eleitorado buziano.

Afastamento de Alexandre Martins e Miguel Pereira

A Justiça Eleitoral cassou os mandatos do prefeito e vice-prefeito de Búzios, Alexandre Martins (REP) e Miguel Pereira (PL), respectivamente. A decisão de 1º de fevereiro foi do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O entendimento do TSE manteve as condenações que a chapa de Alexandre e Miguel recebeu por abuso de poder econômico nas eleições de 2020.

A condenação da chapa em segunda instância ocorreu em setembro de 2022. Na época, o TRE determinou a realização de novas eleições no município e deixou o prefeito inelegível por oito anos. No entanto, a Corte afastou a inelegibilidade de Miguel Pereira. De acordo com a sentença, o então candidato se beneficiou de suposta compra de votos, no dia da eleição, em 15 de novembro de 2020.

Após uma denúncia anônima, policiais militares apreenderam R$ 6,2 mil em espécie e material de propaganda de Alexandre e Miguel. A quantia e o material de campanha estavam no veículo do coordenador da campanha da chapa, Anderson Neves Machado.

Além disso, os agentes encontraram uma anotação de gastos com pagamento de colaboradores e eventuais benefícios a eleitores. Entre esses itens, cesta básica, limpeza de fossa e uma lista com descrição do que seria o destino do dinheiro, inclusive com a anotação “boca de urna”. A planilha discriminava quantias destinadas à compra de votos no dia da eleição, com valor unitário de R$ 150 e gasto total de R$ 22,5 mil.

O relator do processo, desembargador federal Luiz Paulo Araújo Filho, destacou como grave a conduta, capaz de gerar desequilíbrio entre os candidatos, “em especial num município em que a diferença entre o candidato eleito e o segundo colocado foi de 1.454 votos”.

Alexandre Martins tenta reaver cargo na Justiça

O corpo jurídico de Alexandre e Miguel conseguiu, através de um agravo regimental, levar a decisão que os afastou para o plenário do TSE. A dupla precisa de quatro votos dos ministros para conseguir a absolvição. Os advogados tentaram também suspender a decisão de afastamento, mas a ministra Isabel Gallotti negou o pedido.